terça-feira, 25 de maio de 2010

Hierarquia e Dominação

Dentro de todas as sociedades, sejam elas micro ou macros, é inevitável não depararmos com diferenças existentes entre as categorias de indivíduos, sejam elas diferenças de gênero, sejam elas diferenças de geração. Mais uma terceira diferença social está ligada ao local hierárquico que o individuo ocupa na sociedade.

As posições hierárquicas refletem o status que o individuo está inserido numa divisão social, ora ele está no poder, ora está fora do mesmo. A hierarquia em um contexto macro-social na visão de uma sociedade cristã, ocidental, capitalista, está pautada principalmente na diferença de classes, onde o poder está com uma classe previlagiada economicamente, ou seja, a burguesia detentora dos meios de produção, e o proletariado que está ligado ao status de dominado, ou seja, o trabalhador assalariado. Pela ordem, essa divisão gera uma divisão social pautada numa lógica onde há um grupo dominador e um grupo dominado.

Dominador se diz daquele que em determinado momento exerce um comando sobre o outro individuo, que pode ser físico, legal, tradicional ou ideológico, este segundo individuo seria o dominado.

A dominação, ela não está ligada só e unicamente a divisão de classes, mas também nas divisões citadas no começo do texto: gênero e geração. Como bem sabemos, vivemos em uma sociedade machista, onde a mulher é desacreditada no sentido de exerce certa atividade dita de sua incapacidade, como cargos públicos no executivo ou serviços tradicionalmente masculinos como mecânica de automóveis ou carpintaria. Também sabemos que vivemos em uma sociedade cristã onde o pensamento cristão: Crescei-vos e multiplicai-vos (Genesis 1,22) é base para a satanização do sodomismo, (considera os homossexuais como indivíduos pecadores). Pautado nisso podemos refletir que o homem e o heterossexual estão no topo da dominação, em contra partida a mulher e o homossexual na outra extremidade do processo.

A mesma coisa acontece com as gerações, pensa-se pela experiência e pelo grau de inserção na cultura vigente que a geração mais antiga está na parte de cima da dominação, enquanto que o status dominado pertence a uma geração mais jovem, ou seja, menos experiente.

Ao contrário que possa parecer, o dominado não é somente só a única vitima da dominação, o dominador está preso a inevitável pressão de se estabelecer como dominador. O sociólogo Pierre Bordieu(1930 -2002), em seu livro A dominação masculina (1998), demonstra como o homem (dominador segundo a nossa sociedade machista) também é vitima da dominação. Se bem analisarmos, o caso da dominação masculina, dominador e dominado são vitimas da dominação. O homem por sua vez sente-se obrigado a fazer jus a sua posição, praticas como o cavalheirismo ou o fato de ser viril se torna muitas vezes essenciais.

Bordieu também coloca em seu trabalho o valor simbólico intrínseco na dominação masculina, basta observar as formas de educação e comportamento de homens e mulheres, a forma de se sentar ou de se vestir.

Estas formas sutis de dominação o autor vai chamar de Violência Simbólica, ou seja, não perceptíveis tão facilmente e fora da intenção direta do individuo.

Beethoven Simplício

Um comentário:

  1. Muito bom, mas recomendo uma revisão do texto para corrigir erros

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